top of page
Buscar

Perda Gestacional: O que Revela a Pesquisas Sobre o Cuidado e o Acolhimento

Atualizado: 21 de jul.


Um estudo recente publicado na revista Psicologia: Ciência e Profissão investigou como casais brasileiros percebem o acolhimento e o atendimento recebido nos serviços de saúde após uma perda gestacional, ou seja, quando o bebê morre antes do nascimento. Os resultados trazem reflexões valiosas para quem busca compreender o impacto desse evento e os desafios enfrentados por famílias em luto.

Principais Descobertas da Pesquisa

  • Sentimento de Impotência e Solidão: Muitos casais relataram sentir-se impotentes e abandonados durante a internação hospitalar, especialmente devido à falta de informações claras e acolhimento. Diferenças de conhecimento e comunicação entre profissionais e pacientes agravaram essa sensação de vulnerabilidade.

  • Falta de Acolhimento e Humanização: Predominaram experiências negativas relacionadas ao uso de termos técnicos frios, ausência de sensibilidade e práticas desumanizadas, como a internação em alas junto a mães com bebês recém-nascidos, o que gerou sofrimento emocional intenso para quem perdeu seu bebê.

  • Saúde Mental Pouco Considerada: O apoio psicológico e o cuidado com a saúde mental foram raros. Em muitos casos, o suporte ficou restrito a iniciativas pontuais, sem oferta sistemática de acompanhamento psicológico, mesmo em situações identificadas como profundamente traumáticas.

  • Banalização da Perda Gestacional: Houve relatos de profissionais que tratam a perda como algo “normal” ou rotineiro, contribuindo para a sensação de que o luto não é digno de atenção, invisibilizando a dor dos pais e dificultando sua elaboração.

  • Aspectos Positivos Também Existem: Alguns relatos destacaram bons atendimentos, marcados pelo respeito à decisão dos pais, clareza na comunicação e posturas acolhedoras de profissionais isolados, mostrando que é possível um cuidado mais humano e sensível.

Recomendações e Caminhos

A pesquisa aponta para a necessidade urgente de:

  • Formação e Capacitação Profissional: Profissionais de saúde precisam ser qualificados para lidar com o luto perinatal e praticar uma comunicação mais empática.

  • Valorização do Apoio Psicológico: O suporte à saúde mental não deve ser opcional, mas parte fundamental do cuidado em caso de perda gestacional.

  • Humanização dos Serviços de Saúde: Recomenda-se fortalecer políticas de humanização, garantindo espaços adequados e respeitando a individualidade das famílias.

Reflexão para a Comunidade Tempo de Aurora

Os achados reforçam a importância de espaços de apoio e escuta, como o Tempo de Aurora, onde mulheres e famílias possam compartilhar experiências, encontrar acolhimento e reconstruir o sentido diante da perda. Validar o luto, ouvir e cuidar são passos essenciais para transformar a dor em resiliência e empoderamento coletivo.

Referência:Vescovi, G., & Levandowski, D. C. (2023). Percepção sobre o cuidado à perda gestacional: Estudo qualitativo com casais brasileiros. Psicologia: Ciência e Profissão, 43, 1-17.

 
 
 

コメント


© 2025 Inspiração Soluções | Todos os direitos reservados | CNPJ 56.298.879/0001-54
Contato: +55 18 98163-6963
  • Instagram
@tempodeaurora.oficial
Instagram
bottom of page